O conectivismo surge no século XXI, como uma nova perspetiva teórica acerca da aprendizagem humana para a Era Digital, desenvolvida por George Siemens e Stephen Downes, que propõe que o conhecimento se distribui através de redes conexas de informações, dados, pessoas, organizações, e tenta explicar como a tecnologia influencia a forma como vivemos, comunicamos e aprendemos. Contudo, ainda não é aceite como tal.
Não devemos desvalorizar as teorias tradicionais da aprendizagem. O Behaviorismo, o Cognitivismo e o Construtivismo têm de ser interpretados à luz da época e do contexto em que surgiram. Contudo, não podemos ignorar que a sociedade sofreu profundas transformações a nível científico, tecnológico, cultural e social, que modificaram o modo de pensar e de viver das pessoas. As teorias tradicionais não previam as inúmeras possibilidades de ambientes sociais subjacentes ao processo de aprendizagem, ou a forma e meios de aprendizagem disponibilizados pela tecnologia. Assim, a filosofia do conectivismo é integrar as teorias de aprendizagem tradicionais aos novos princípios explorados pelas teoria do caos, redes neuronais, complexidade e auto-organização.
O ponto de partida é o indivíduo, o qual aprende continuamente durante a vida. Siemens parte da teoria da computação e do caos para criar normas de conduta que visam lidar com a enorme quantidade de informação que caracteriza os nossos dias (crescimento exponencial do conhecimento). Assim, segundo ele, o indivíduo é impulsionado pelo entendimento de que as decisões são baseadas em fundamentos que mudam rapidamente, à medida que nova informação é continuamente adquirida. Para Siemens, a necessidade de valorizar determinados conhecimentos em detrimento de outros é uma competência essencial a ser desenvolvida e que atua antes da aprendizagem.
Outra competência essencial, que o indivíduo deve ter, é reconhecer conexões e padrões, dentro de uma enorme quantidade de dados, extraindo a simplicidade a partir da complexidade. E, a partir de um ambiente aparentemente caótico, criar estruturas organizadas, padrões e comportamentos, num processo de auto-organização que requer certa abertura e possibilidade de reconhecer e adaptar-se às condições do meio.
Todo este processo leva à formação de redes distribuídas. As conexões no mundo representam sobrevivência. E, as que nos permitem aprender mais, são mais importantes do que o nosso estado atual de conhecimento.
In a networked world, learning is a network forming process, knowledge is a networked product. |
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Mas como se aprende atualmente?
O nosso século é marcado pelo surgimento de uma nova geração a que Prensky apelida de “nativos digitais”, indivíduos que passaram a vida a utilizar o computador, os videojogos, os dispositivos móveis, a Internet, e tantos outros gadgets e ferramentas da Era Digital. E, como tal, estão habituados a receber informações de forma rápida, preferindo obtê-la no digital em detrimento dos meios tradicionais. Segundo o Dr. Bruce D. Perry, da Baylor College of Medicine, o cérebro dos indivíduos está a mudar: diferentes experiências conduzem a criação de estruturas cerebrais diferentes. E nós, os “imigrantes digitais”, de Prensky, os que não nascemos nesta nova era, mas que em algum momento das nossas vidas fomos confrontados com ela, fascinados, tentamos adaptarmos à sua realidade, ainda que sempre com a presença de uma linha ténue que separa os dois mundos e nos puxa para a forma de procurar informação como, no passado, nos ensinaram.
O nosso século é marcado pelo surgimento de uma nova geração a que Prensky apelida de “nativos digitais”, indivíduos que passaram a vida a utilizar o computador, os videojogos, os dispositivos móveis, a Internet, e tantos outros gadgets e ferramentas da Era Digital. E, como tal, estão habituados a receber informações de forma rápida, preferindo obtê-la no digital em detrimento dos meios tradicionais. Segundo o Dr. Bruce D. Perry, da Baylor College of Medicine, o cérebro dos indivíduos está a mudar: diferentes experiências conduzem a criação de estruturas cerebrais diferentes. E nós, os “imigrantes digitais”, de Prensky, os que não nascemos nesta nova era, mas que em algum momento das nossas vidas fomos confrontados com ela, fascinados, tentamos adaptarmos à sua realidade, ainda que sempre com a presença de uma linha ténue que separa os dois mundos e nos puxa para a forma de procurar informação como, no passado, nos ensinaram.
O que se acabou de referir é sustentado também pelo estudo do professor Gary Small, sobre como a tecnologia nos pode estar a tornar mais inteligentes, e que estabelece padrões de ativação cerebral durante a pesquisa de informação na Internet.
Se a tecnologia potência cada vez mais a aprendizagem do indivíduo, as redes que este cria determinam o seu fluxo do conhecimento. Também Siemens defende que a tecnologia está a reconfigurar os nossos cérebros. Para ele, as ferramentas que o indivíduo utiliza definem e moldam a sua flexibilidade.
Uma coisa é certa: o processo de aprendizagem está permanentemente em mudança e o aparecimento de uma nova teoria de aprendizagem é inevitável.
Será o conectivismo a resposta?
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© Vânia Ramos - 2019